Você sabe quais são as dimensões do BIM? Já ouviu alguém falar em BIM 4D, 5D, 6D ou 7D e ficou sem entender muito bem a que se referiam?
Hoje vamos conhecer um pouco sobre as dimensões da tecnologia BIM e qual a função de cada uma delas!
As dimensões BIM se referem às fases de desenvolvimento do Projeto, cada uma delas contém as informações especificas e necessárias à determinada etapa do ciclo de vida da edificação. Sabemos que sendo uma construção virtual, modelos BIM dependem da acurácia geométrica dos elementos, mas também é evidente que, dada a tamanha complexidade de um projeto, nem todas as informações pertinentes à execução e uso daquela edificação podem ser representadas geometricamente. Exatamente por isso, as dimensões BIM foram criadas para desenvolver e aperfeiçoar as outras informações pertinentes ao projeto.
Elas funcionam como camadas de informação que são adicionadas ao projeto ou desenvolvidas a partir dele. Cada nível trás novas informações, e com o conjunto de níveis podemos planejar e ter controle sobre todo o ciclo de vida da edificação. Cabe aos participantes do projeto decidir que dimensão BIM será alcançada, tendo em mente que para abranger todo o ciclo de vida da edificação, é necessário passar por todas as dimensões.
Independente do nível de informação que se deseje alcançar nesse modelo, existe um caminho lógico a ser seguido.
O BIM 3D é o mais conhecido e mais usado. É nessa dimensão que o projeto de arquitetura e seus complementares são desenvolvidos e detalhados para seguir para a execução. É aqui também que é realizada a compatibilização, visando deixar o projeto preciso e fechado para que as fases seguintes possam ser desenvolvidas tendo ele como base.
Já no BIM 4D, começamos a lidar com o tempo. É nessa fase que é desenvolvido e aperfeiçoado o Planejamento da Obra, são traçadas estratégias de execução e é possível visualizar suas consequências. Então, é nessa fase que adicionamos informações relativas a quando, por quem e em quanto tempo será desenvolvida cada elemento do projeto. Aqui também é onde fazemos o controle da obra, esse mesmo planejamento pode ser alimentado com informações relativas à execução, para verificação de prazos, tempo de execução, dimensionamento da mão-de-obra e etc. Assim, é possível diagnosticar problemas e traçar novas estratégias, também durante o andamento da obra.
O BIM 5D é a camada dos custos. É nessa fase que desenvolvemos e sobrepomos o orçamento às demais informações, fazendo com que todas elas estejam acessíveis e conectadas. O modelo BIM 5D te dá um panorama geral do projeto, dos prazos e dos custos.
Na dimensão 6D temos informações relacionadas ao desempenho da edificação e da sua construção. Toda edificação usa uma quantidade de energia durante cada fase do seu ciclo de vida. Aqui, a ideia é rastrear esse gasto energético e aperfeiçoar o que for possível. Serão adicionadas informações relativas à destinação de resíduos da obra e consumo energético da edificação, por exemplo. De forma que não só sua construção seja otimizada buscando minimizar impactos naturais, resíduos, poluição, desperdício, uso energético e etc; mas que também o seu uso seja sustentável e seu funcionamento otimizado. Lembre-se sempre, quando falamos das dimensões BIM falamos de todo o ciclo de vida da edificação.
O BIM 7D trata da manutenção da edificação. Aqui, informações pertinentes e necessárias a pós construção são adicionadas. São informações como fornecedor, tipo e tempo de garantia, especificações técnicas, tempo de uso, vida útil etc, de cada equipamento. Essas informações são integradas às demais informações do projeto, inclusive geométricas, otimizando incrivelmente o processo de manutenção. Ainda nessa fase, é possível programas rotinas de manutenção, periódicas. Acionar prestadores de serviço e programar gastos com futuras manutenções.
É importante salientar, entretanto, que existe certa divergência de autores quanto a classificação das dimensões. Para alguns a 6D seria a Sustentabilidade e para outros a Manutenção.
Até aqui temos as dimensões mais conhecidas e consolidadas no mundo BIM até o momento, mas outras já vem surgindo e se mostrando relevantes. A 8D, por exemplo, se propõe a gerenciar as informações relativas a segurança das edificações, já a 9D se propõe a introduzir informações relativas a Construção Enxuta, e ainda, temos o professor Ignasi Pérez com sua “Teoria dos 10D’s do BIM” nos trazendo o conceito do BIM 10D, que seria a Construção Industrializada e o objetivo final de todos os outros “D”.
Fato é que ainda há muito a se explorar dentro das possibilidades do BIM. As dimensões BIM que vem sendo utilizadas até o momento são imprescindíveis, se o desejo for implementar o BIM e suas possibilidades de ganhos e melhorias em todas as fases da edificação. O controle total do ciclo de vida e a otimização das edificações e processos construtivos, passa necessariamente pelo domínio e aperfeiçoamento das suas dimensões.
Em que “D” será que ainda vamos chegar? Ainda há muito espaço para novas discussões e possibilidades BIM e dificilmente vamos parar por aqui!
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